Com o apoio do Lisboa2030, a região capital dá um passo pioneiro e transforma-se no maior centro de testes de fibra ótica do mundo, com impacto direto no posicionamento internacional de Portugal na área das comunicações óticas em condições reais
O ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa lidera um projeto inovador que transforma o Metro de Lisboa num laboratório vivo de experimentação tecnológica. A iniciativa, representa mais um passo decisivo na construção de uma Lisboa mais inteligente, sustentável e digitalmente integrada.
Apoiado pelo Programa Regional Lisboa 2030 – Infraestruturas Tecnológicas, com um investimento de 1,4 M€ e cerca de 588 mil euros de fundo FEDER, o projeto vai permitir testar soluções avançadas de fibra ótica e conectividade, promovendo a inovação urbana e a colaboração entre academia, setor público e comunidade.
O Metro de Lisboa será o palco desta transformação, ao servir de infraestrutura experimental, onde se testam novas formas de monitorização, segurança, comunicação e gestão eficiente de recursos urbanos.
Com quase todo o tráfego mundial de dados a circular em fibra ótica, a necessidade de evoluir é urgente. “A geração atual está a ficar saturada”, explica o vice-reitor do ISCTE, Jorge Rodrigues da Costa. “Fomos desafiados por um fabricante alemão a testar uma nova geração de fibras, capaz de multiplicar até sete vezes a capacidade atual. O ISCTE, por coincidência, está situado sobre uma linha de metro”, o local perfeito para testar esta tecnologia em condições reais e únicas no mundo, acrescenta.
O resultado é um anel subterrâneo de inovação, percorrendo túneis e estações da linha amarela do metro e que posiciona Lisboa como referência tecnológica global. “Estamos a criar um balão de ensaio que pode escalar enormemente, transformando Lisboa num ponto geográfico e tecnológico de referência”, antecipa o vice-reitor.
E o impacto vai muito além da ciência. Como relata a reitora do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues: “criámos um laboratório único, não só em Portugal, mas também na Europa. É uma área que requer elevadíssimos níveis de especialização, mas que gera resultados com impacto global”. A responsável reforça ainda o “impacto económico de muito largo espectro” de projetos como este, que promete também influenciar positivamente a sociedade.
Instalado debaixo dos nossos pés, mas com impactos sem fonteiras, o projeto é um avanço tecnológico e uma visão partilhada para o futuro da cidade e do país, onde o conhecimento e a inovação se unem para transformar as nossas vidas.
Este investimento representa muito mais do que um avanço tecnológico — é um catalisador de desenvolvimento estratégico para a região capital. Ao posicionar Lisboa na vanguarda da experimentação em comunicações óticas, este projeto reforça a capacidade da cidade de atrair talento, empresas e investimento internacional, consolidando-a como um polo de excelência científica e tecnológica.
Além do impacto direto na competitividade económica, a iniciativa contribui para uma Lisboa mais inteligente, sustentável e interligada, onde a investigação aplicada se traduz em benefícios reais para os cidadãos. Ao unir academia, setor público e indústria num ecossistema colaborativo, o projeto cria as bases para um futuro urbano mais eficiente e resiliente, transformando a capital portuguesa num verdadeiro modelo de inovação e progresso global.
